O termo Four Steps RumenYeast® (4SRY) refere-se aos quatro processos tecnológicos que a ICC aplica ao creme de levedura para produção do RumenYeast® (figura abaixo). Essas quatro etapas vão conferir funcionalidade ao produto (dupla modulação) e eficiência industrial à fabricação, entregando valor em todos os elos da cadeia, dos produtores de etanol aos produtores de carne e leite. No creme de levedura obtido do caldo de cana fermentado as células de levedura ainda estão vivas.
A etapa 1, preservação, visa manter a alta viabilidade das células de levedura, evitando as perdas de qualidade (ex. aminas biogênicas) que poderiam ocorrer num processo de morte (degradação) não controlado das células do creme. Adicionalmente, nessa etapa, a levedura passa por um processo moderado de lavagem, preservando, junto às células de levedura, os nutrientes não-açúcar do caldo de cana clarificado e fermentado, ou seja, nutrientes originados diretamente do caldo de cana clarificado ou dos produtos do metabolismo da levedura. Em conjunto com os nutrientes provenientes do citoplasma e núcleo celular, esses nutrientes vão constituir o metabólitos de levedura.
Na etapa 2, estabilização, as células são submetidas a um ambiente fermentativo com parâmetros físico-químicos específicos, levando a uma série de modificações nas características da levedura: aumento do teor de proteína, autólise enzimática da parede celular, etc. Nessa etapa, a parede celular torna-se porosa, o que promove a morte controlada das células. Adicionalmente, a porosidade expõe os nutrientes do conteúdo celular, que serão essenciais à modulação ruminal. Além disso, a porosidade também aumenta a superfície específica da parede celular (MOS e β-glucanas), incrementando sua capacidade de modulação intestinal.
Na etapa 3, concentração, as leveduras já autolisadas passam por um incremento parcial na concentração, ou seja, parte da água é evaporada, aumentando o teor de matéria seca no produto. Essa concentração parcial reduz a necessidade energética na secagem final, melhorando a eficiência no processo. Durante essa etapa, também ocorre a recuperação de uma pequena fração de álcool que ainda está presente no meio. Deste modo, aumenta-se a quantidade de álcool comercializada por tonelada de cana moída, agregando valor também à indústria parceira.
Na etapa 4, ocorre a secagem final, em tecnologia Spray Dryer, em temperatura em torno de 170° C. Essa tecnologia de secagem confere ao processo melhor eficiência energética e, ao produto, entre outras coisas, melhores características granulométricas. A etapa 4 é finalizada com o transporte em sistema fechado do produto seco até o envase.
Desses quatro processos, três dão ao RumenYeast® sua identidade PEC, levedura preservada, estabilizada e concentrada.
Levedura PEC > Processo tecnológico ICC único e diferenciado em 4 etapas: 4SRY
1 - ETAPA DE PRESERVAÇÃO
Meio de Cultura Líquido (Solúvel) + Metabólitos de Fermentação Preservados (viabilidade celular > 85%)
2 - ETAPA DE ESTABILIZAÇÃO
Tanque de Autólise e Digestão Enzimática
(temp. 40 °C a 55 °C, pH 4,5 a 5,5 e 14% de matéria seca)
3 - ETAPA DE CONCENTRAÇÃO
Tubos de Vácuo
(temp. 50 °C a 60 °C e 30% de matéria seca)
4 - ETAPA DE SECAGEM
(Spray Dryer em temp. 160 °C a 180 °C por 30 s)
O termo “dupla modulação” se refere à ação dos componentes de RumenYeast® no rúmen e no intestino. A ação nesses dois locais será importante para manter os animais mais saudáveis e produtivos e reduzir os custos de produção (benefícios integrativos ou benefícios finais).
Apesar de ambos ajudarem a nos conduzir ao mesmo objetivo final (+ desempenho e/ou - custo), a modulação no rúmen e no intestino acontece de forma diferente e resulta em diferentes benefícios, parciais ou primários.
No rúmen, RumenYeast® modifica as proporções e o metabolismo das diferentes comunidades microbianas, promovendo os seguintes benefícios primários: maior digestão ruminal de carboidratos, principalmente fibra; maior crescimento microbiano, principal fonte de aminoácidos para ruminantes; maior produção de ácidos graxos voláteis, principal fonte de energia para ruminantes e menores teores de lactato, reduzindo o risco de acidose subclínica.*
RumenYeast® aglutina (MOS) microrganismos patogênicos, favorecendo a redução do crescimento destes microrganismos no intestino e, portanto, melhorando a saúde/função intestinal. Por sua vez, as β-glucanas 1-3 e 1-6 vão adsorver micotoxinas, reforçando o papel do MOS na saúde intestinal (benefício primário). Adicionalmente, as β-glucanas são percebidas pelas células do sistema imune,residentes na mucosa intestinal, macrófagos e células dendríticas, iniciando uma cascata de reações que fortalecem a resposta imune do animal: maior poder fagocitário (capacidade de combater patógenos invasores); maiores níveis de imunoglobulinas, etc. Essas mudanças fisiológicas vão suportar mais benefícios primários, como maior eficácia de vacinas e redução de diarreias, problemas respiratórios, morbidade e mortalidade.*
De forma geral, podemos dizer que a modulação ruminal promoverá, sobretudo, melhoria da digestão e saúde ruminal, ao passo que a modulação intestinal suportará melhorias na saúde e funcionalidade do intestino e também no status de saúde geral do animal (imunomodulação). Dependendo da necessidade/desafio de cada fazenda, a dupla modulação promoverá alguns ou vários dos benefícios primários citados. Esses benefícios primários vão sustentar uma maior produção de leite e carne, ou manter a produção em níveis similares, porém reduzindo custos com insumos, medicamentos e mão de obra.
*Dados próprios e literatura.
Primeiro precisamos definir o que chamamos de pureza. Usamos “pureza” para enfatizar que RumenYeast® não possui veículos, sendo basicamente levedura pura. Ao observamos o produto em microscópio de luz, veremos basicamente parede celular (esferas translúcidas), pois os metabólitos são macromoléculas e compostos simples não visíveis nestas circunstâncias.
Como podemos provar essa pureza? Podemos contar o número de células (paredes/esferas translúcidas) por grama de produto. A quantidade de 20 bilhões de células por grama só pode ser observada em produtos similares ou em leveduras vivas (probióticos) de boa qualidade.
Qual vantagem essa pureza/alta contagem pode trazer? Quanto mais leveduras o animal ingerir, mais metabólitos, MOS e β-glucanas os animais irão “absorver”. Por sua vez, por lógica, existe uma relação entre a quantidade ingerida destes componentes e a efetividade da ação deles. Por exemplo, se a ingestão de MOS é maior, mais bactérias patogênicas podem ser adsorvidas; se a ingestão de β-glucanas é maior, mais micotoxinas podem ser adsorvidas e mais macrófagos ativados; se a ingestão de metabólitos é maior, mais grupos microbianos podem ser alimentados.
Atenção: juntamente com a pureza (contagem de células por grama), devemos considerar a dose recomendada do produto. A partir da pureza e da dose, podemos calcular a ingestão total de células e, portanto, de princípios ativos.
Quando falamos de levedura viva (probióticos), os modos de ação mais aceitos pela comunidade científica estão relacionados à ação metabólica dessas leveduras no rúmen. Destaca-se a capacidade de redução na concentração de oxigênio no rúmen (favorece o crescimento de bactérias fibrolíticas) e a liberação no líquido ruminal de fatores de crescimento de outros grupos microbianos importantes como bactérias consumidoras de acido lático. Neste sentido, tem-se demostrado, por exemplo, que leveduras que conseguem manter-se vivas no rúmen por mais tempo desempenham melhor papel probiótico.
RumenYeast®, por sua vez, não possui células viáveis. Logo, sua ação se dá pela ação dos seus princípios ativos (componentes) MOS, β-glucanas e metabólitos.
Mas as leveduras vivas não tem estes mesmo componentes (princípios ativos)? Em parte sim, mas, em geral, a concentração de MOS e β-glucanas será menor em probióticos. As características físico-químicas também serão distintas, probióticos geralmente são oriundos da indústria de panificação, o que aumenta a digestibilidade da parede celular e potencialmente reduz os efeitos contra patógenos e micotoxinas. Além de características físico-químicas diferenciadas, a maior concentração de MOS e β-glucanas associada a maior dose (g/animal/dia) recomendada para RumenYeast® promove uma maior ingestão diária de MOS e β-glucanas em animais recebendo RumenYeast® do que em animais recebendo probiótico. Isto nos ajuda a explicar os bons resultados que temos obtido na melhoria do status de saúde em animais recebendo RumenYeast® (imunomodulação). Como consequência: redução de diarreias, problemas respiratórios e mastite. No entanto não devemos dizer que as leveduras vivas não tem nenhuma ação sobre a saúde animal, pois há na literatura evidências de que as leveduras vivas podem ter essa ação, contudo, devido ao exposto acima, alta ingestão de MOS e β-glucanas de características desejáveis, podemos com certeza dizer que o RumenYeast® atuará de forma mais efetiva na imunomodulação e na melhoria dos status de saúde animal do que os probióticos.
Sim, RumenYeast® pode ser peletizado sem perder efetividade. Inclusive, no processamento de produção de RumenYeast®, ele é submetido a temperaturas até 3X mais altas que as temperaturas médias de peletização.
Esta é uma vantagem competitiva de RumenYeast®, pois muitas leveduras vivas não são resistentes à peletização.